segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dicas para pais IX

Indisciplina

Trata um homem como é e continuará a ser o que é. Trata um homem como pode e deve ser e converter-se-á no que pode e deve ser.
Goethe
Um dos maiores problemas a afetar a vida familiar e a escolar é o da indisciplina.
Na escola ou em casa surgem problemas a que o educador tem de responder com firmeza e justiça. Alguns conselhos poderão ajudá-lo nessa difícil tarefa.

A questão da indisciplina é extremamente complexa e move inúmeros fatores. Pretende-se aqui, somente, apresentar algumas sugestões, em jeito de conselho, que poderão ajudar na resolução de eventuais situações-problema.

AS NORMAS EFECTIVAS CONTRIBUEM PARA QUE A CRIANÇA SE SINTA SEGURA E CONFIANTE

É importante construir, juntamente com criança, um conjunto de regras que possam nortear o seu comportamento. Como é natural, a definição de normas deve adequar-se a cada contexto específico e ser discutida com a criança.

Deverá ficar bem claro, contudo, que alguns aspetos são negociáveis e que outros não o são, explicando-se as devidas razões.

Como estabelecer um quadro de regras?

 O educador e a(s) criança(s) constroem uma lista com a definição de comportamentos adequados ou desadequados em relação ao contexto previsto – comportamento em casa, visita a familiares, etc.

Selecionam os que, pela sua importância, obrigam à formulação de regra, sendo de clarificar os casos em que esta tem de ser imposta.

Formulam as normas com clareza, para serem bem entendidas pelos mais novos, e de modo positivo, chamando a atenção do jovem para o comportamento adequado.

Ex.: Devo respeitar a minha vez de falar, em vez de Não devo interromper os outros.

Escrevem uma lista com as consequências relativas ao incumprimento das normas
definidas.

Conselhos para a sua aplicação

i)                    Evitar um número exagerado de regras. As normas não devem ser em demasia, caso contrário, o aluno não as vai interiorizar e respeitar.
ii)                  Explicar bem o que é pretendido. Muitas vezes a criança falha porque não ouve, não percebe ou não fixa a ordem que lhe foi dada. Assim, antes de exigir a execução de uma tarefa, deverá discriminar o que é esperado do seu filho, indicar o tempo disponível para o efeito e averiguar se este percebeu o que era pedido.
iii)                Ser coerente e razoável na aplicação do castigo. Para que uma criança aprenda, é necessário que uma conduta tenha sempre o mesmo tipo de consequência.

O REFORÇO DAS CONDUTAS POSITIVAS

O reforço visa aumentar a frequência dos comportamentos adequados, recompensando a criança por algo que fez bem. Pode ser um elogio, um sinal de afeto e carinho, ou mesmo um pequeno prémio.

Deve seguir-se imediatamente ao comportamento pretendido. Se não for assim, perderá o seu efeito e será mais facilmente esquecido. Depois de estar interiorizado o comportamento desejado, o reforço deverá ser intermitente.

O CASTIGO

O castigo deverá decorrer do incumprimento das regras previamente definidas. Se o seu filho não compreender o que era esperado dele, o ato de castigar vai ser gratuito e prejudicial ao desenvolvimento.

Castigar pode consistir em repreender o jovem ou privá-lo de algo de que ele gosta.

Alguns aspetos não poderão ser contudo esquecidos, na altura em que é necessário mostrar-lhe que o incumprimento de determinadas regras tem consequências negativas.

i)                    Deve surgir imediatamente após o ato cometido. Caso contrário, ele não conseguirá relacionar a falta com a consequência do seu ato.
ii)                  Deve ser proporcional ao erro. Os pais terão de reagir calmamente e não em função dos seus humores.
iii)                Deve ser consistente. Não faz sentido que a mesma infração resulte em castigos diferentes, porque, assim, o seu filho não conseguirá interiorizar um padrão de comportamento.


 José Matias Alves
(Professor da UCP)

Sem comentários:

Enviar um comentário