A Educação e o Insucesso Escolar
O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda
não tem, do que poderia ter.
Jean-Paul Sartre
A vida atual exige-nos um grande esforço de atualização de conhecimentos.
Múltiplas são as ocasiões para a formação de profissionais, mas o tempo
escasseia para refletir sobre um papel infinitamente mais complexo por parte
dos pais: o de criar as condições para ajudar uma criança a crescer confiante,
estável, capaz de ser feliz.
A vivência de relações que confiram um sentimento de segurança ajuda a
criança e, mais tarde, o adolescente a manifestar comportamentos sociais
mais positivos. Percebe-se, assim, como é essencial refletir sobre as atitudes pedagógicas que enformam os gestos de todos os dias.
Autoritarismo
As crianças e os jovens necessitam que o educador atue com autoridade.
Esta é, aliás, uma condição fundamental para que o processo de crescimento decorra com sucesso. É importante, porém, não esquecer que um comportamento exageradamente
inflexível se pode transformar em autoritarismo. Uma atitude prepotente, repressiva, provoca um maior distanciamento afetivo em relação à criança, deixando-a desconfiada e insegura. Em muitos destes casos, os pais recorrem com frequência à
ameaça, podendo mesmo provocar no educando desobediência e revolta.
Permissivismo
No extremo oposto ao comportamento anterior está o permissivismo, atitude
não menos prejudicial à educação do que a anterior. Sem a interiorização da necessidade de respeitar determinadas regras, na ausência de um ambiente estruturado ao seu redor, a criança poderá desenvolver comportamentos violentos
e gerar diversos problemas na escola.
Inconsistência
Os filhos tendem a imitar o exemplo do educador. Se a incoerência marcar
a relação, a criança vai sentir-se naturalmente confusa, estando mais sujeita ao aparecimento de atitudes de indisciplina e de desinteresse escolar.
Assertividade
Caracteriza o educador que respeita e é respeitado, que dá liberdade de ação à criança, mas que lhe exige responsabilidade, que castiga com adequação quando é necessário,
mas não se vinga.
Auto-conceito e auto-estima
O modo como o indivíduo se vê a si próprio (auto-conceito), e o modo como se avalia a si mesmo (auto-estima) têm uma enorme influência no desenvolvimento pessoal e no rendimento escolar.
Na verdade, se a criança tiver uma má imagem de si própria, baixa as
expectativas e a confiança que deposita em si, podendo sofrer de ansiedade
e insatisfação.
Algumas das atitudes a seguir apresentadas permitem incentivar o seu
filho a reforçar a auto-estima e a ser mais feliz:
• ajude-o a transformar os pensamentos negativos em afirmações
positivas, através de um diálogo interno. Eu sou capaz. Eu acredito nas minhas capacidades;
• mantenha o sorriso e o olhar;
• escute-o atentamente;
• elogie-o com sinceridade;
• use construtivamente o humor.
(a continuar)
José Matias Alves
Faculdade de Educação e Psicologia da UCP
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