segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Orquestra Geração

A Orquestra Geração teve origem em 2007, com o objectivo de levar música clássica a jovens de classes sociais desfavorecidas. O programa inspirou-se no modelo venezuelano El Sistema. (ver mais)
O projeto Geração nasce de uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Câmara Municipal da Amadora cuja pretensão visa diminuir a exclusão social e a desigualdade de oportunidades entre periferias e centros urbanos. Através da música, as crianças e jovens têm oportunidade de voltar a estudar, reforçando as competências de socialização e de motivação, permitindo um contacto enriquecedor com contextos que impulsionam a cultura, abrangendo hoje cerca de mil alunos em Portugal.
Este projeto já faz parte de algumas escolas TEIP,  mobilizando os alunos para aprendizagens de qualidade.  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ranking das escolas


O universo académico, as escolas e os pais/encarregados de educação têm vindo a revelar uma crescente preocupação referente aos rankings das escolas, pois, na verdade, a conclusão de um curso superior continua a ser compensador. Todavia, é preciso atender que a avaliação das escolas não se pode circunscrever exclusivamente a este mecanismo.  
Nesta continuidade, o ranking apresentado pelo jornal Público/Universidade Católica do Porto destapa uma realidade do sistema educativo, quando dá enfoque ao contexto socioeconómico em que a escola se insere. E aqui é de realçar os resultados obtidos por algumas escolas públicas integradas nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária que espelham um percurso que evidencia a melhoria das aprendizagens, traduzida no sucesso educativo.
É importante cada escola olhar para si, fazer um diagnóstico da sua realidade, aferir os seus processos, adotar estratégias e metodologias eficientes, de forma a vislumbrar resultados conducentes aos bons resultados escolares.
Cada vez mais, é tarefa árdua, mas crucial as escolas reconhecerem o seu ponto de partida, monitorizarem o processo de ensino/aprendizagem, calcorreando o trilho com destino ao êxito educativo.   

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Rankings, TEIP’s e Confiança




O desafio que abracei este ano letivo deu-me  a possibilidade de conhecer muitas outras escolas e realidades escolares para além das escolas da rede Fénix.
Começo a conhecer um pouco melhor a realidade da rede das escolas TEIP e questiono-me como podem estas posicionar-se nos melhores lugares dos rankings. A priori, há condições internas mais favoráveis para que estas escolas possam fazer a diferença: a progressiva construção de uma comunidade de profissionais da educação; a existência de equipas multiprofissionais; a disponibilização de recursos adicionais para elevar as oportunidades de aprendizagem.

De facto, nestes estabelecimentos de ensino, professores, diretores, técnicos e demais atores lutam todos os dias por incluir de forma efetiva – o que passa obrigatoriamente por gerar mais e melhor aprendizagem - e combater o abandono escolar.

Manter os alunos ligados à escola é uma condição essencial para elevar as oportunidades de realização pessoal e social através do reforço do conhecimento e de uma socialização e estimulação ativas.  
Bem sabemos que estes são desafios difíceis dada a desafeição face à escola por parte de muitos alunos e face a contextos familiares e sociais tendencialmente caóticos. No entanto, é sempre possível fazer mais e melhor nestas escolas. E em muitas delas há evidências de que é possível combater a fatalidade e o fatalismo.

Como? Convocando os alunos para experiências de aprendizagem que têm mais sentido, implicando as famílias numa lógica de compromisso, envolvendo os professores numa dinâmica de formação na ação, valorizando o conhecimento, que é fator de identidade e de liberdade. Um compromisso que exige, naturalmente, muito trabalho e dedicação.
Pensamos que há razões para que a comunidade que as envolve reconheça e valorize estes esforços. Porque muitas destas escolas fazem um esforço enorme para anualmente subirem alguns lugares na "injustiça" dos rankings.

A Escola Pública pode ser um lugar de qualidade independentemente do público alvo. Um lugar de justiça e de humanidade. Aproveito a oportunidade para registar que algumas escolas TEIP têm bons resultados e celebraram recentemente contratos de autonomia, fruto do trabalho que têm desenvolvido.

Luísa Moreira




Apresentação Programa TEIP3

domingo, 14 de outubro de 2012

Rankings das Escolas!



Como tenho repetido ao longo destes anos, o nosso olhar deve dirigir-se não só para as 100 escolas melhor posicionadas, mas também e sobretudo para as 100 pior colocadas e para todas aquelas cujos resultados estão abaixo do “valor esperado para o seu contexto”. Uma cultura que promove o sucesso dos bem-sucedidos incentiva apenas o olhar para os melhores. Mas essa não é a única cultura que devemos valorizar. Nas escolas em contexto mais desfavorecido estudam muitos milhares de alunos a quem não são proporcionadas boas condições de aprendizagem; pode haver directores e equipas dirigentes que devam ser substituídas logo que possível; há muitos professores que não vêem valorizado o seu desempenho profissional (realizado por vezes em condições muito difíceis); pode haver muito desinteresse por parte das instituições da comunidade local face à situação das escolas…


Da análise destes dados resultam duas conclusões: (i) existe uma elevada influência do contexto cultural e socioeconómico sobre os resultados dos exames; (ii) esta certeza não é nenhuma fatalidade social, porque se trabalha em muitas escolas acima do “esperado”; (iii) urge agir publicamente junto das escolas em maiores dificuldades.

A escola democrática não é apenas a escola aberta a todos; é a escola que promove as aprendizagens e o desenvolvimento por parte de cada um. E esta é a escola que temos de continuar a construir.



Joaquim Azevedo

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ação no ensino e nas aprendizagens



“ (…) - Porque não aprendemos a focar a nossa acção no ensino e nas aprendizagens, ou seja, na pedagogia: lidar com as diferenças sociais, pessoais, de aprendizagem, que são o pão nosso de uma escola aberta a todos e que a todos quer oferecer percursos de qualidade. Focar significa lidar com estas diferenças  com coragem, enfrentando-as e resolvendo-as com rigor, com trabalho árduo de equipas interprofissionais, com lideranças capazes e com persistência; (…)”

Joaquim Azevedo in Liberdade e Política Pública de Educação

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A história de cada um de nós...


“A história de cada um de nós é a de um indivíduo a caminho de ser pessoa. O que nos faz ser pessoa não é o Bilhete de Identidade. O que nos faz pessoas é aquilo que não cabe no Bilhete de Identidade. O que nos faz pessoas é o modo como pensamos, como sonhamos, como somos outros. Estamos, enfim, falando de cidadania, da possibilidade de sermos únicos e irrepetíveis, da habilidade de sermos felizes.” 

Mia Couto