terça-feira, 14 de abril de 2015

SEMINÁRIOS TEIP – Diferenciação Pedagógica e Sucesso Escolar “porque nem toda a gente precisa de batata!”

SEMINÁRIOS TEIP – Diferenciação Pedagógica e Sucesso Escolar
“porque nem toda a gente precisa de batata!”

Educar é, se procurarmos o étimo do termo, conduzir. Conduzir, defendemos, no caminho do Bem, em vista à realização plena e harmoniosa do indivíduo. Ora, olhando a realidade, não só a portuguesa mas, ousamos dizer, a dos países europeus, parece-nos que esta viagem não está a atingir o destino ideal…
O que observamos, e muitos e diferentes teóricos o provam com trabalhos científicos, é que a Escola, logo o responsável primeiro pela Educação formal, parece longe de conseguir orientar os jovens, pelo menos muitos deles, no sentido da sua realização plena e harmoniosa.
As fileiras do abandono escolar engrossam e, quase a par, as retenções não param de existir. Colocam-se, então, muitas questões, queremos que orientadoras desta viagem de êxito social: - Porque não consegue a Escola o sucesso de todos os alunos? O que falha na Escola de hoje? O que fazer para modificar uma realidade que, sem dúvida, para além de incómoda é dolorosa? Responder, ou tentar fazê-lo…, daria, com certeza, um tratado! Mas, conscientes das limitações, e seguros de que qualquer grande viagem se inicia sempre com um pequeno passo, o CEFOPNA (centro de Formação de Professores do Nordeste Alentejano), entendeu como urgência a construção de um mapa de propostas para apoiar, e facilitar, a chegada ao destino desejável. Assim, defensores que somos da partilha de saberes, dos tempos de reflexão/ação como fazedores de mudança, procedemos à realização de dois Seminários TEIP, ambos sob o tema  – Diferenciação Pedagógica e Sucesso Escolar , um a ter lugar em Portalegre, outro em Elvas, onde se pudessem ouvir propostas, partilhar saberes, questionar processos e ousar mudanças.
Confessemos, nesta cumplicidade intimista que a escrita permite, que havia alguns receios da nossa parte. Como reagiriam as Escolas, como viveriam os colegas estes desafios? As salas cheias, o entusiasmo e a qualidade das intervenções deram-nos a resposta: - Valeu a pena!
No dia 16 de fevereiro, uma segunda-feira de Carnaval que deixou de lado a máscara, o auditório do Museu de Tapeçarias de Portalegre Guy Fino encheu-se com a vontade e disponibilidade dos docentes que vieram de muitos locais. O TEIP o Agrupamento nº 1 de Portalegre, dirigido pela educadora Cristina Santos, mostrou o trabalho desenvolvido, acolheu sugestões e propostas de qualidade. Sem dúvida, destacou-se neste dia a participação do Professor Doutor Joaquim de Azevedo que, num discurso fluido e realista, mostrou a ineficácia e desajustamento de algumas das medidas existentes no combate ao insucesso. O desafio lançado aos professores foi o da inovação pela diferença: - É preciso fazer. Mas de forma diferente! Sobretudo, cremos, é preciso encarar cada aluno como ser singular, com necessidades específicas e anseios particulares. Perdoem-nos a metáfora “roubada” ao professor Joaquim de Azevedo, mas lembremo-nos que nem todos os alunos gostam (ou precisam) de batata… Há quem só precise de alface!
Foi já com maior segurança, mais confortados com a experiência de Portalegre, que avançamos para o Seminário realizado em Elvas, no dia 26 de março. Aqui, com a colaboração indispensável e valiosa do TEIP do Agrupamento número 1 de Elvas, dirigido pelo professor Ângelo Garcia, mais uma vez o auditório se encheu de professores que, sendo-o de facto, se preocupam com os desafios que a profissão cada vez mais coloca. De destacar, cremos, sem desprimor para todas as outras relevantes intervenções, a intervenção do Professor Doutor José Verdasca, ele mesmo perito externo (amigo crítico) de TEIPs, e a colaboração da Equipo de Comunidades de Aprendizage de Extremadura, Badajoz, relatando experiências de possíveis.
Foram dois dias de muito trabalho. Talvez, pensamos, dois dias com repercussões determinantes de diferentes saberes no quotidiano das escolas que participaram.
Olhando para o esforço despendido, para o trabalho realizado, para o investimento feito, resta-nos concluir, parafraseando Fernando Pessoa:
Tudo vale a pena
Para que não haja almas pequenas!
CEFOPNA

2015




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