segunda-feira, 25 de março de 2013

Dicas para pais VI - Autonomia e Responsabilidade

Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.
Gibbon

Pequenas estratégias poderão ajudar o seu filho a ser, progressivamente, mais autónomo e responsável. Experimente-as. Vai ver que os resultados valerão a pena.


A AUTONOMIA poderá ser considerada a capacidade de tomar decisões de um modo, livre e consciente. Isto implica:

Um conhecimento de si mesmo
Ser autónomo envolve ter a consciência das próprias capacidades e das limitações, conhecimento necessário para uma ação sustentada.


Confiança em si mesmo
Só é autónomo quem acredita nas suas possibilidades, quem tem uma autoestima positiva, que lhe permite sentir a possibilidade de atingir os objetivos propostos.

Capacidade de previsão

À ação autónoma está subjacente uma capacidade de representar mentalmente as consequências da ação que se pretende realizar.


Conselhos para ajudar o seu filho a desenvolver autonomia


i)Manter um diálogo constante entre os membros da família, ajudando os mais novos a conhecerem-se melhor, a apresentarem os seus pontos de vista, a explicarem as suas opiniões. A atuação de um colega na escola, um debate na televisão, a leitura de um livro poderão ser a base para a conversa.


ii)Elogiar os pequenos sucessos do dia-a-dia, centrando a atenção na capacidade demonstrada para realizar determinada tarefa e no empenho dedicado a essa atividade.

Graças ao teu trabalho, já consegues escrever muito melhor.


iii) Ajudar a criança ou o jovem a antecipar as consequências de determinada ação. Um modo divertido de concretizar esta proposta é parar um filme, uma série de desenhos animados, ou a leitura de um livro num determinado momento e pedir aos mais novos para imaginar o que se vai seguir.


iv)Proporcionar atividades que conduzam à autonomia, como a gestão da semanada, a escolha da própria roupa, a atribuição de algumas tarefas domésticas, como pôr a mesa, ou o envolvimento nas questões da

casa, como por exemplo, a necessidade de poupar água.


v)Dar tempo aos mais novos para conseguirem desempenhar as suas funções. Por exemplo, acordar um pouco mais cedo de manhã, para permitir à criança ser ela própria a fazer as suas tarefas, como escovar os dentes, pentear o cabelo, arrumar as suas coisas antes de sair.


A RESPONSABILIDADE varia, naturalmente, com a idade mas assenta na capacidade de escolhermos de modo autónomo e consciente as nossas ações e assumirmos as consequências dos nossos atos. Implica assim um grande respeito por nós próprios e pelos outros.

Envolve um complexo processo de reflexão e decisão.


•Ter consciência da situação.

•Refletir sobre ela.

•Prever possíveis ações.

•Selecionar/pôr de parte algumas ações, tendo em vista as consequências que acarretam.

•Optar de modo voluntário.

•Realizar a ação.

•Assumir as suas consequências a curto e a longo prazo.


O desenvolvimento da responsabilidade do seu filho pode ser trabalhado em diversas áreas da sua vida:


O corpo

O seu filho deverá começar a ter responsabilidades progressivas no cuidado com o seu corpo e com a sua imagem, por exemplo, no que diz respeito à higiene pessoal, à sua alimentação, às horas de sono de que necessita; ao controlo de substâncias nocivas, como o álcool ou o tabaco, à adequação do que veste ao contexto, etc.


Administração dos seus bens

Os mais novos deverão responsabilizar-se, por exemplo, pela gestão do dinheiro que recebem e, mais tarde, pela administração da semanada ou mesada. O mesmo se pode dizer em relação aos seus objetos pessoais, como os jogos, roupa, computador, que devem ser preservados e estimados.´


Estudo

Desde cedo que a criança e, mais tarde, o jovem devem assumir responsabilidades em relação à sua vida escolar. Para isso é importante, progressivamente, dar a perceber aos mais novos que a grande finalidade da educação é o seu próprio desenvolvimento e não a satisfação dos pais ou dos avós. Assim, eles devem responsabilizar-se pelo tempo de estudo que dedicam a determinada matéria, pela organização do seu material escolar e pela transmissão de informação entre o professor e o encarregado de educação.


José Matias Alves



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