Apresentamos um projeto levado a cabo pelo Agrupamento de Escolas de Cristelo, no 1º ciclo de escolaridade. O filme é acompanhado por um texto, apresentado em slidshare, que explica a metodologia utilizada.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
A avaliação da aprendizagem no ensino secundário: Que sentidos de excelência?
Divulgamos uma iniciativa promovida pelo Observatório de Vida das Escolas OBVIE - FPCEUP, em que estão associadas as escolas TEIP, assessoradas pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Assim, no próximo dia 28 de Fevereiro, pelas 17.30, o Observatório da Vida das Escolas (OBVIE), do Centro de Investigação e Intervenção educativas da FPCEUP, organiza um debate sob o título A avaliação da aprendizagem no ensino secundário: Que sentidos de excelência?, incluída no ciclo Educação Escolar: Heranças e desafios.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Testemunhos TEIP
Aqui fica o testemunho de algumas práticas dos projectos que foram referenciados no Encontro das Escolas TEIP, no Porto. Um breve registo das dinâmicas desenvolvidas em algumas escolas.
O professor Virgílio Rêgo, Coordenador TEIP do Agrupamento de Maximinos, e a professora Teresa Barbosa focalizaram as suas intervenções no trabalho entre pares, essencialmente, as equipas educativas de ano e coordenação de ano - atribuição preferencial a cada docente de serviço letivo no mesmo ano, de modo a reduzir o número de níveis e permitir uma maior focalização do trabalho docente.
A Coordenadora TEIP do Agrupamento de Pedome destacou o projeto de tutoria entre pares (alunos), supervisionado por professores e pela educadora social do Agrupamento; a manutenção da implementação de um projeto de articulação curricular vertical/ horizontal, onde os professores de 1.ºCEB e educadoras planificam e articulam, em sessões de partilha de experiências, conteúdos e atividades entre as várias disciplinas; e a cooptação do projeto concelhio de educação parental, com objetivo de aumentar o envolvimento parental na dinâmica escolar. O próprio processo de monitorização e prioridades estabelecidas vão sendo alterados, para permitir a obtenção de respostas mais focalizadas, melhorando os resultados e perceber que caminhos devem ser percorridos.
A professora Marta, coordenadora TEIP do Agrupamento de Escolas de Frazão sublinhou a questão da articulação e da avaliação formativa, considerando estas questões como centrais no Projeto Educativo. Refere que estão a desenvolver ações que permitem uma articulação desde o pré-escolar ao 3.º ciclo (Matemática, Português e Inglês) com dinâmicas de coadjuvação, peercoaching e avaliação formativa para as aprendizagens.
O Coordenador do Agrupamento de Escolas de Cristelo, professor Lourenço, frisou o processo da monitorização que permite identificar desvios, formular e implementar ciclos de melhoria assentes em relatórios mensais de execução e de acompanhamento. Nesta vertente, referiu que é fundamental operacionalizar os conselhos de turma, utilizar as ferramentas informáticas, maximizando em tempo útil estes momentos, com a redação de atas que sejam simples, concretas, objetivas e consequentes, concretizando-se num documento como um compromisso que define uma linha de ação.
Do Plano de Melhoria aos Planos de Pormenor
A implementação do plano de melhoria em língua portuguesa e em matemática, assente no trabalho de articulação entre os professores de diferentes ciclos (4º/5º anos e 6º/7º anos), levou os docentes à individualização dos percursos formativos dos seus alunos. Depois de aplicados os testes diagnóstico, foi criada uma ficha de avaliação formativa com registos cromáticos, devidamente legendados, para facilitar a leitura dos resultados por parte dos encarregados de educação.
Manuela Espadinha – Agrupamento de Escolas de Santo António
Comentário do consultor externo, Vitor Alaiz, Professor da UCP, sobre o texto da diretora, que intitulou co mo "Um tweet com um condensado de boas práticas".
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Dicas para pais II
A FAMÍLIA
TAMBÉM ENSINA
A
família também ensina. Ensina com os hábitos que adquiriu, com os valores que
pratica, com a linguagem que usa, com os exemplos que dá, com as regras que
instituiu institui.
A
família também ensina é, pois, uma evidência, um lugar comum. Mas é importante
ter consciência de que os ambientes familiares são muito importantes para a
educação das crianças. Pelos laços afetivos, pela permanência, pelo poder do
exemplo.
Ter
consciência de que as palavras, as regras, os hábitos, as relações familiares,
os exemplos têm uma importância vital no desenvolvimento das crianças.
Ensinamos, em larga medida, o que somos.
Para a
escola básica (e agora para
o ensino secundário) vão todas as
crianças e jovens. A escola é o único lugar social por onde todas as pessoas
passam e desempenha, por isso, um papel
central no desenvolvimento pessoal e na integração social.
E vão
à escola não apenas para estar, mas para aprender a ser. Vão para aprender
conteúdos essenciais no domínio da leitura, da escrita, do cálculo, das línguas
estrangeiras, do espaço, do tempo, das tecnologias. Para aprender a conviver, a
trabalhar em equipa, a respeitar os outros. Para viver e aprender a enfrentar a
vida futura com maiores probabilidades de êxito pessoal, social e profissional.
Sem estas aprendizagens (todas), as pessoas não terão um futuro de dignidade e
de liberdade.
A
escola é uma segunda casa, uma segunda família, agora numa escala muito maior.
Se
a escola também ensina, então é fundamental uma cooperação com a família. Um
conhecimento mútuo, um diálogo fecundo. A escola, através do diretor de turma,
pode e
deve
conhecer o contexto familiar da criança para que a educação escolar possa ter
em conta essa especificidade. E a família, através do encarregado de educação,
pode e deve informar, pode e deve conhecer a organização escolar, os seus
direitos e deveres, o programa educativo que o seu filho seguirá.
Sugestão:
pergunte ao diretor de turma quais as aprendizagens fundamentais que o seu filho
terá de realizar em determinado ano. E peça-lhe conselho sobre a forma de
cooperar para a consecução dessas aprendizagens.
José Matias Alves
Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa
Tertúlia - Perceções e Representações
No dia 1 Março 2013, pelas 14h30, realizar-se-á na EB23 Carteado Mena, em Darque, a tertulia debate intitulada PERCEÇÕES E REPRESENTAÇÕES.
A entrada é livre e por este meio se convida à participação.
O debate será iniciado pela Projeção de excertos do filme “Desencontros”:Testemunho de uma família cigana. O filme será comentado por Maria José Vicente/EAPN Portugal e João Seabra / Mediador Cultural. De seguida, é aberto espaço para debate com todos os participantes.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Encontro Coordenadores TEIP
Realizou-se, no dia 20 de fevereiro, no auditório da Escola Secundária/3 Garcia de Orta, o Encontro Coordenadores TEIP de um grupo de escolas da zona norte. O sentido de ação - reflexão em torno das lideranças intermédias:
Conselho Pedagógico, o papel dos coordenadores/ subcoordenadores, enquanto agentes mobilizadores envolvidos e implicados na ação pedagógica.
Os conselhos de turma, como espaços de reflexão, discussão e ação, focados na melhoraria e inovação do processo ensino-aprendizagem.
O diretor de turma, na proximidade com o aluno, potenciando espaços de diálogo e de escuta.
Esta iniciativa contou com testemunhos de professores que partilharam projetos, dinâmicas, estratégias, evidenciando as boas práticas que registam como significativas para a melhoria das aprendizagens e dos resultados escolares.
Rui Trindade, consultor da FPCEUP, sublinhou a relevância destes encontros, alertando para a importância de divulgar e dar a conhecer o que de bom e de bem se faz em muitas escolas TEIP, nomeadamente, os projetos que se apresentam como soluções para as dificuldades encontradas. A escola deve procurar monitorizar e avaliar as suas práticas. Abrem-se novos caminhos e possíveis desafios.
Cristina Palmeirão, consultora da UCP, frisou que as escolas estão a fazer um trabalho diferenciado de autodesenvolvimento. A questão de ensinar, de aprender e a comunicação no sentido de resolver os seus problemas foi a tónica. A escola deve preocupar-se com a qualificação das aprendizagens dos seus alunos. Analisamos os documentos, conhecemos a nossa realidade para se fazer diferente. É importante onde se quer chegar, conhecer as metas, produzir conhecimento e levá-lo à comunidade. Que dispositivos de monitorização foram convocados para medir a realidade? Este olhar é importante, mas é no terreno que os dilemas se resolvem. Esta partilha de projetos é fundamental e serve para nos inspirarmos.
A motivação pela inspiração pode fazer a diferença!
Acredito na partilha e nas redes!
No final, o pensamento de Hargreaves “A sustentabilidade está basicamente centrada no desenvolvimento e na preservação daquilo que interessa, alastra e perdura, de forma a criar relações positivas e desenvolvimento entre as pessoas, sem prejudicar os outros no momento presente ou no futuro.”
in, As escolas face aos novos desafios, Hargreaves, 2006
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Dicas para pais
Dicas para pais
Porque os
pais são os primeiros educadores; porque é importante aprender a exercer cada
vez melhor a responsabilidade parental; porque o diálogo escola-família é algo
de fundamental para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes; porque o
sucesso escolar começa em casa, no modo como a família se interessa e implica
no trabalho escolar; porque o conhecimento aumenta as probabilidades de sermos
melhores, disponibilizamos semanalmente uma rúbrica dicas para pais que pretende de forma simples e despretensiosa
disponibilizar informação pertinente para ação dos pais.
José Matias Alves
Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa
As Inteligências e a Educação
Era uma vez um grupo de cegos à beira
de uma estrada, que se deteve para observar um elefante.
Um deles segurou a perna do
paquiderme e exclamou: — O elefante é como uma palmeira, redondo e áspero.
— Que disparate — disse o mais baixo,
tocando no dorso do animal — é como um muro alto e rugoso, bastante longo.
— Ambos se enganam — retorquiu o
terceiro, que apertava a tromba do mamífero — este animal é idêntico a uma
serpente!
O animal seguiu o seu caminho e os
cegos permaneceram à beira da estrada, discutindo.
O que o elefante, de facto, era nunca
vieram a saber.
(Adaptação de uma
história do folclore hindu)
Segundo
Howard Gardner, todo o indivíduo normal é capaz de atuar em várias áreas
intelectuais diferentes. Esta teoria constitui uma alternativa à visão
monolítica da inteligência como uma capacidade geral e única, frequentemente
associada às habilidades linguística e lógico-matemática. Investigações recentes
apontam também a importância das emoções no desenvolvimento pessoal, contribuições
que se inserem no âmbito da Inteligência Emocional.
Conte
esta história hindu ao seu filho, para lhe mostrar como a realidade é muitas
vezes mais ampla do que aquilo que percepcionamos. O mesmo se
passa com o conceito de inteligência, que, à medida que a investigação avança,
se revela cada vez mais integrador.
Howard
Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, define inteligência como
habilidade para resolver problemas ou criar produtos significativos, em
diferentes ambientes culturais.
Identifica
assim vários tipos de inteligência, a saber: linguística, lógico-matemática,
musical, espacial, naturalista, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Segundo o investigador, todos os seres humanos dispõem destas
competências intelectuais em graus variados, que podem ser combinadas
na resolução de situações concretas.
Sugestão: Procure descobrir as inteligências do seu filho e
valorize o potencial de desenvolvimento que nele existe.
(a
partir de José Matias Alves e Maria João Leite (2005). Sucesso na Escola)
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
A VOAR para o sucesso…
O Projeto VOAR foi
concebido pelo Serviço de Apoio à Melhoria da Escola (SAME), da Universidade
Católica do Porto, e pretende aprofundar o conhecimento sobre estilos de
aprendizagem, tipo de participação dos alunos na vida da sala de aula, natureza
dos materiais didáticos usados, métodos e estratégias de ensino e avaliação dos
docentes. Tem por objetivo caracterizar a perceção que os alunos têm do
funcionamento da sala de aula em termos de práticas pedagógicas e de
aprendizagens realizadas, através da recolha do ponto de vista dos alunos sobre
as práticas pedagógicas mais e menos eficazes e as melhorias das práticas de
ensino desejadas pelos alunos.(…)
O Agrupamento de
Escolas de Maximinos fez a sua adesão a este projeto no pressuposto das
vantagens daí inerentes. Por um lado, dá-se importância ao conhecimento sobre o
modo de funcionamento da escola na dimensão mais relevante da mesma – interação
e eficácia na sala de aula. Por outro lado, é um sinal claro da
intencionalidade da escola em melhorar as suas práticas.
Esta procura da
melhoria contínua encetada há alguns anos tem dado os seus frutos. De facto,
temos assistido ao acréscimo das taxas de sucesso escolar e à obtenção pelos
nossos alunos de ótimos resultados escolares nas provas externas, nomeadamente
no final do 3º ciclo e no ensino secundário. Estes resultados ainda são mais
interessantes a partir do conhecimento que temos dos níveis sócio-económico e
cultural das famílias dos nossos alunos em termos médios.
E na medida em que queremos
continuar este processo de melhoria, o investimento nas estratégias eficazes ao
nível da sala de aula é um passo importante para se perceber que a reforma da
escola e as características de escolas bem-sucedidas
não são lineares. O processo de melhoria da escola é complexo e os resultados
não ocorrem em passos definidos ou numa ordem sequencial. É pois, neste
sentido, que todos os atores da comunidade educativa são desafiados pelos
esforços para melhorar a escola, nomeadamente a qualidade da sua aprendizagem.
Este momento apela ao desenvolvimento de um objetivo
claro para a melhoria como se de uma “viagem” se tratasse. Quando as pessoas
compreendem, com clareza, para onde se dirigem e têm um bom mapa para lá chegar,
a viagem transforma-se numa agradável e valiosa experiência de aprendizagem. É
importante mencionar que o objetivo tem por base a resposta à pergunta: “Onde
estamos neste momento?”. E esta resposta só poderá ser dada por uma
monitorização eficaz e em tempo útil.
Assim, a monitorização do Projeto FREI que incide sobre
os dados relativos ao desempenho dos alunos, das ações concretas e das
perceções de professores e restante comunidade educativa, colhe no Projeto VOAR
uma possível ajuda que facilite a tomada de decisões conducentes à melhoria do
ensino e da aprendizagem deste Agrupamento, pois os dados recolhidos tornam-se
numa base que serve para identificar áreas de excelência e de défice.
Virgílio
Rego da Silva
Coordenador do Projeto
FREI
Fernanda Santos
Monitorização e Avaliação FREI
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Ensino articulado da música e da dança: uma oportunidade para todos
Agrupamento de Escolas de Maximinos – Uma escola TEIP que privilegia o ensino artístico
"(…) O Agrupamento de Escolas de Maximinos começou por disponibilizar o ensino articulado da música no ano letivo de 2010/2011 e a partir deste ano passou a disponibilizar também o ensino da dança, alargando aos alunos da comunidade educativa que serve, a possibilidade de uma formação específica nestas áreas de expressão artística. Para que esta realidade fosse possível, celebrou protocolos com instituições de reconhecido mérito e competência na área, como são o caso da ‘Companhia da Música - Fundação Bonfim e do ‘Ginasiano -Escola de Dança’, instituições com mais de duas décadas de experiência e de trabalho educativo e artístico na sua área.
Para o futuro, muito provavelmente a partir do próximo ano letivo, o Agrupamento alargará a oferta à iniciação da música e da dança ao 1º Ciclo, procurando continuar a contribuir para a democratização no acesso a estas formas de expressão artística.”(in Correio do Minho)
Para o futuro, muito provavelmente a partir do próximo ano letivo, o Agrupamento alargará a oferta à iniciação da música e da dança ao 1º Ciclo, procurando continuar a contribuir para a democratização no acesso a estas formas de expressão artística.”(in Correio do Minho)
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Em resposta a António Gambôa - diretor do agrupamento de Escolas da Damaia
Luísa Lima, Professora do ISCTE-IUL e consultora externa do Programa TEIP, sublinha a importância da criação de rotinas qualificantes, como forma de melhoria da escola.
"A ideia de desenvolvimento de rotinas qualificantes a que se refere o Prof. Gamboa é uma boa maneira de olhar para os desafios que as Escolas e agrupamentos TEIP têm pela frente.
Primeiro, porque as rotinas são formas importantes de consolidar e incorporar a aquisição de novas competências funcionais – e as mudanças que pretendemos nas comunidade TEIP são isso mesmo: mudanças interiorizadas.
Depois, porque o processo de criação de rotinas não se faz de um momento para o outro, mas exige tempo e persistência – tal como as mudanças em que trabalhamos nas comunidades TEIP.
Também, porque, para haver qualificação das rotinas, é preciso reflectir sobre as práticas e interagir com outros, partilhando boas práticas e definindo metas - como fazemos dentro da Comunidade TEIP.
E finalmente, porque esses processos de desenvolvimento só chegam a tornar-se em rotinas qualificantes se a comunidade educativa partilhar os valores e a missão do agrupamentos mas também se houver uma base conceptual que apoie a escolha dos caminhos a seguir - e aqui os amigos críticos dos agrupamentos TEIP podem ter um papel relevante. "
Luisa Pedroso de Lima pela Equipa TEIP de Amigos Críticos do ISCTE-IUL
Os TEIP e as Rotinas Qualificantes
"Em todas as escolas/agrupamentos TEIP existem atividades e projetos inovadores, capazes de per si responderem a necessidades urgentes e produzirem efeitos positivos, contribuindo para o sucesso dos alunos, qualquer que seja a vertente em análise. No entanto, aquilo que mais vem distinguindo o trabalho nestas escolas inseridas em TEIP, tem sido a capacidade de (nomeadamente ao nível do absentismo, abandono e indisciplina) passarem do estádio de implementação de projetos para o de desenvolvimento de rotinas qualificantes.
A cultura de escola passa a incorporar um “modus faciendi” assumido e visível nas práticas de rotina, como caminho já trilhado e de resultados comprovados. Estes processos são adquiridos por quem integra a escola de novo e transformam-se em catalisadores de vontades e procedimentos e, fundamentalmente, em potenciadores de um clima de escola partilhado e assumido por todos."
Agrupamento de Escolas da Damaia – Amadora Diretor Professor António Gambôa
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Um quadro Teórico para Compreender a Ação nas Escolas
Para
podermos agir de forma mais eficaz na escola, na sua dimensão institucional e
organizacional, poderá ser útil considerar as seguintes características:
i)
Natureza moral do trabalho que realiza, dado o carácter obrigatório e
involuntário da frequência escolar e o estatuto de menoridade intelectual,
afectiva e cívica, o que coloca os estudantes numa situação de dependência face
aos professores, daqui emergindo o imperativo e a obrigação moral de a todos
educar;
ii)
Alto nível de formação, autonomia e trabalho individual dos professores,
configurando-se uma prática singular, escassamente supervisionada e que escapa
à orientação e controlo da autoridade e dos pares;
iii)
Vulnerabilidade face às exigências dos contextos legal, familiar, social que
faz
com que o trabalho educativo seja marcado pela ambiguidade, imprevisibilidade e
incerteza;
iv)
Existência de uma estrutura hierárquica de autoridade, mas onde podem coexistir
várias autoridades, poderes e contrapoderes e outras estruturas geradas pelas
interações humanas;.
v)
Subordinação formal ao cumprimento de objectivos pré-determinados a níveldas
instâncias centrais, mas criação e cumprimento de outros objectivos e funções
não previamente consignados;
vi)
Pluralidade e antagonismo de valores, interesses, preferências, inconsistência
e/ou ambiguidade de objectivos quer supra, quer intradeterminados;
vii)
Divisão e hierarquização do trabalho;
viii)
Decisões e comportamentos ora determinados por regras e regulamentos
heterónomos ora pelos múltiplos interesses em presença e pelas negociações e
alianças estabelecidas entre os atores da organização;
ix)
Participação fluída, convergente e divergente, formal e “anárquica”;
x)
Tipos de liderança múltiplos e pluri-referencializados.
É
neste quadro teórico sumariamente apresentado que é decisivo procurar intervir
nos programas de melhoria em curso nos TEIP.
José
Matias Alves
Faculdade
de Educação e Psicologia da Universidade Católica POrtuguesa
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Uma "transição programada” do 4º ao 5º ano de escolaridade
Um testemunho - ao encontro do futuro Diretor de Turma...
"As equipas pedagógicas são constituídas no início do terceiro período do ano letivo anterior. Desta equipa destaca-se o papel do futuro Diretor de Turma que visita e acompanha semanalmente (um dia/semana) a turma do 4º ano, ou seja, a sua futura direção de turma no ano letivo seguinte.
Este docente promove uma efetiva articulação e integração, cujo resultado final consiste em promover uma mudança de escola e de ciclo de ensino mais harmoniosa.
Igualmente os alunos e as famílias visitam a escola sede, onde ficam a conhecer o pavilhão e a sala que lhes será destinada durante o 2º ciclo de escolaridade.
Este conhecimento mútuo permite diminuir angústias de transição aos alunos e antecipadamente ao futuro diretor de turma conhecer, em contexto de aprendizagem, os seus futuros alunos."
O Diretor - Jorge Gomes
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
A articulação entre jardim-de-infância e a primeira escola
Nesta reflexão, sublinha a importância da articulação entre ciclos e o papel do professor na seleção de tarefas que sejam significativas para os alunos.
"Nos últimos 15 anos tenho acompanhado educadores de jardim-de-infância e professores de 1º ciclo, em dezenas de escolas, inseridas ou não em territórios educativos de intervenção prioritária. O trabalho de formação em articulação com a interação direta em sala de aula tem-me revelado a importância do conhecimento prévio de contextos, por parte dos profissionais da educação. A aprendizagem das crianças de 4 a 10 anos torna-se douradora, quando, à partida, as atividades propostas têm sentido para elas e para os seus educadores. Quando estas atividades originam documentos da sua autoria e geram momentos de comunicação de discussão, elas mostram-se processos de aprendizagem muito eficazes. Em meios ricos e diversos, como os são as escolas que acolhem crianças com origens culturais diferentes, com saberes diferentes e idades diferentes, é mais fácil encontrar estes pontos de partida. Quando nestas escolas, os professores de 1º ciclo observam o trabalho em salas de jardim-de-infância, e se apercebem mais facilmente de todo o conhecimento de que as crianças já dispõem, quando passam para o 1º ano, eles evitam a introdução involuntária da repetição de momentos de instrução ou de procedimentos normalizados e repetitivos que desmotivam quem vem com expectativas enormes para a "grande escola". A continuação de um trabalho social de aprendizagem, coletivo e individual, com abordagens integradas das disciplinas, avaliado em conjunto e permanentemente escrutinado, também em conjunto, à luz do currículo proposto, tem-se mostrado eficaz para que as crianças possam percorrer com sucesso os quatro anos do 1º ciclo. Em geral, temos constatado a eficácia de contextos de trabalho integrado baseado em projetos abrangentes dos quais as crianças, acompanhadas de perto pelo adulto, são coautores, na sua planificação, na execução, na apresentação e na avaliação. "
Pascal Paulus
Fundação Aga Khan
Fundação Aga Khan
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Este é um dos anos mais importantes das vossas vidas (…)
"Corre um aviso de sala em sala que passa pelas turmas de 9.º ano para uma reunião, no auditório da escola com o Sr. Diretor. Dias depois, os alunos das turmas anunciadas percorrem o caminho até ao local, onde me encontro já à sua espera. Passam por cartazes afixados nas paredes da escola com estímulos positivos e frases alusivas aos exames. Muitas delas com fotos de alunos.
Chegam ansiosos, acompanhados pelos diretores de turma e com a ignorância do que lhes vou falar.
Os seus olhos fixados nos meus. À porta, cumprimentam-me. Entro no fim. O
momento é quase mítico.
Há um silêncio
gélido na grande sala. Começo sem hesitar: “Este é um dos anos mais
importantes das vossas vidas. Agarrem-no!
Este ano temos exames nacionais e é disso que vos venho falar. Cabe-vos a vós
aproveitar esta oportunidade que está a chegar…Peçam ajuda aos vossos
professores, venham às sessões de apoio, quando não tiverem aulas,.. estamos cá
todos para vos ajudar, neste que é um
dos anos mais importantes das vossas vidas, o futuro é vosso e é vossa a
escolha que fizerem… amanhã nos exames nacionais. Vamos fazer história,
abandonar de vez os maus resultados e orgulhar-nos da nossa escola, dos nossos
alunos. Eu sei que vocês conseguem.
No fim,
passados 45 minutos a ouvir falar o Sr. Diretor sobre a importância da escola e
dos exames nacionais, abandonam a sala calados e introspetivos. Seguros do que
querem, numa fila organizada, estendem à vez as suas mãos à minha, com os olhos
dentro dos meus: Obrigado Sr. Diretor!
Valeu a pena. Toquei-os."
Pedro Florêncio, Diretor do Agrupamento Vertical de Escolas Ordem de Santiago
"Num contexto em que, muitas das famílias dos alunos, pouca importância
atribuem à aprendizagem escolar, o facto de o diretor da escola se ter lembrado
de falar diretamente aos alunos sobre a importância para a escola da vitória de
cada um no exame, parece-nos uma estratégia que, a par de outras, pode
contrariar a desmotivação de muitos e reforçar a motivação de alguns, pode
ajudar a mudar atitudes perante a escola.
A investigação educacional vem chamando a atenção para o impacto da
liderança de topo na melhoria das aprendizagens dos alunos. Estas conversas do
Diretor com os alunos, não sendo ameaças (se
chumbas, …), antes apelando em termos individuais (é o ano mais importante das vossas vidas) a uma vitória de todos (a escola tornar-se-á a melhor) são algo
de relativamente inovador.
O líder transformacional
aumenta o grau de compromisso dos seguidores para com a visão, a missão e os
valores organizacionais comuns ao enfatizar a relação entre os esforços dos
seguidores e o alcançar das metas organizacionais. … (Castanheira e Costa,
2007)
Vitor Alaiz, 6fev2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
No Alentejo e quase a terminar a rota da rede de escolas TEIP!
No dia 4 de fevereiro, realizou-se o encontro das escolas da rede TEIP do Alentejo.
Esta iniciativa contou com a presença do Diretor-Geral da Educação que participou de forma ativa no debate . Sublinhou ainda a importância dos testemunhos, das práticas e dos projetos das escolas TEIP em rede como partilhas promotoras do sucesso educativo.
Mais uma vez, foi um debate de diretores, coordenadores e consultores, em torno do universo escola, na procura da melhoria da qualidade das aprendizagens.
Enunciaram-se algumas das práticas em curso (ver slideshare).
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
É no 1º Ciclo do Ensino Básico que tudo começa!
Foi assim que a sessão de trabalho começou no Agrupamento de Escolas de Santo António. O encontro foi destinado a docentes do 1º ciclo do Ensino Básico sobre a temática da Avaliação, o que permitiu a discussão sobre a importância das aprendizagens no 1º ciclo para a construção de percursos educativos sólidos, estruturados e conducentes ao sucesso dos alunos . Valorizou-se, também, o papel das práticas pedagógicas do professor e a sua poderosa influência nas aprendizagens dos alunos desde o 1º ciclo do Ensino Básico.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Os Professores que me salvaram
"A verdade é que fui um mau aluno e que a minha mãe nunca se refez completamente desse desgosto. Hoje que a sua consciência de senhora muito idosa abandona os limites do presente e reflui lentamente para os longínquos arquipélagos da memória, os primeiros recifes que emergem recordam-lhe a inquietação que a devorou durante toda a minha escolaridade.
Pousa em mim um olhar inquieto e, lentamente:
– Que fazes na vida?
O meu futuro afigurou-se-lhe tão comprometido desde sempre que nunca acreditou muito no meu presente. Não estando destinado a ter futuro, eu não lhe parecia preparado para durar.
Eu era o filho instável. (...)
Eu era, portanto, um mau aluno. Na minha infância, chegava todos os dias a casa perseguido pela escola. As minhas cadernetas reflectiam a censura dos professores. Quando não era o pior da turma, era o penúltimo. (Bravo!) Impenetrável à aritmética primeiro, à matemática em seguida, profundamente disortográfico, refractário à memorização das datas e à localização dos pontos geográficos, inapto para a aprendizagem de línguas estrangeiras, considerado preguiçoso (lições não estudadas, deveres por fazer), levava para casa notas lamentáveis que nem a música, uma qualquer actividade desportiva ou extracurricular, de resto, conseguia remediar.
– Compreendes? És ao menos capaz de compreender o que te explico?
Eu não compreendia. Esta incapacidade de compreender remontava tão longe na minha infância que os meus familiares criaram uma lenda para datar a sua origem: a aprendizagem do alfabeto. Sempre ouvi dizer que precisei de um ano inteiro para aprender a letra a. A letra a, num ano. O deserto da minha ignorância começava antes do intransponível b.
– Não entremos em pânico, daqui a vinte e seis anos ele dominará perfeitamente o alfabeto.
Assim ironizava o meu pai para afugentar os seus próprios receios. (...)
Eu era um objecto de estupefacção, e de estupefacção constante, pois os anos iam passando sem contribuir com a mínima melhoria para o meu estado de torpor escolar. «Fico de boca aberta», «Nem posso acreditar» são expressões familiares, associadas a olhares de adultos nos quais vejo que a minha incapacidade de assimilar o que quer que seja escava um abismo de incredulidade. Aparentemente, toda a gente compreendia mais depressa do que eu.
– És totalmente tapado! (...)
...Mas evitemos subestimar a única coisa sobre a qual podemos agir pessoalmente e que, essa, data da noite dos tempos pedagógicos: a solidão e a vergonha do aluno que não compreende, perdido num mundo em que todos os outros compreendem. Só nós podemos tirá-lo dessa prisão, tenhamos ou não formação para o fazer.
Os professores que me salvaram – e que fizeram de mim um professor – não tinham recebido nenhuma formação para esse fim. Não se preocuparam com as origens da minha incapacidade escolar. Não perderam tempo a procurar as causas nem tampouco a ralhar comigo. Eram adultos confrontados com adolescentes em perigo. Pensaram que era urgente. Mergulharam de cabeça. Não me apanharam. Mergulharam de novo, dia após dia, mais e mais…
Acabaram por me pescar. E muitos outros como eu. Repescaram-nos, literalmente. Devemos-lhes a vida."
Daniel Pennac in "Mágoas de Escola"
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