A educação escolar ocupa cada vez mais cedo um lugar
importante na vida das crianças. Contudo, com a introdução artificial de etapas
normalizadas num processo que é contínuo, a instituição escolar cria demasiadas
vezes obstáculos a quem a frequenta. Desses obstáculos resultam frequentemente
dificuldades cognitivas e emocionais sentidas pelas crianças. Como primeira
reação, e para as minimizar, criam-se exercícios de transição. Da nossa prática
com educadores profissionais, no jardim-de-infância e na primeira escola,
reconhecemos-lhes alguma utilidade, mas entendemos que as crianças e os seus
educadores não precisam deste tipo de artefactos, desde que os últimos encarem
a aprendizagem como um ato contínuo. Trazemos exemplos da comunicação entre
todos os envolvidos, da qual resulta que as crianças se sintam bem acompanhadas
no seu trabalho de aprendizagem: quanto melhor são os canais de comunicação,
menos necessários são os artefactos de transição. O diálogo evita as barreiras
artificiais que emergem quando a organização da escola é confundida com o ato
pedagógico.
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