segunda-feira, 13 de julho de 2015

E se tudo o que se sabe sobre indisciplina estiver errado?

E se tudo o que se sabe sobre a indisciplina  estiver errado?

-Por Katherine Reynolds Lewis | Julho 2015 Issue

Durante a primavera de 2013, Leigh Robinson estava a almoçar, quando recebeu uma chamada do diretor da sua escola. Will, um aluno do terceiro ano com um histórico de indisciplina em sala de aula, estava descontrolado no parque infantil. Gritou e, tirando o cinto, tentou bater em todos os colegas que o rodeavam. Robinson, que foi assessor de educação, rapidamente se deslocou para o pátio da escola.

Será que era "aquele aluno?!"

Cada escola tem alguns casos assim...
Aquele aluno que está sempre a causar problemas...
Aquele aluno que não consegue ficar quieto no seu lugar...
Aquele aluno que tem acessos de raiva e pode tornar a vida num inferno ao seu professor...
Aquele aluno que os colegas culpam constantemente pelos problemas existentes...
Will sabia que ele era aquele aluno!
Desde o primeiro momento, este aluno, ansioso e defensivo, estava preparado para a confrontação com um colega ou professor.


A expressão "escola-prisão" foi utilizada para descrever escolas públicas americanas que falhavam na educação de crianças como Will. Um aluno do primeiro ano cujo comportamento indisciplinado não é corrigido, pode tornar-se num aluno de 2ºciclo com várias suspensões. Um aluno do 3ºciclo que é medicado pode resultar num caso de abandono escolar, ou até mesmo num adolescente problemático.

Apesar da formação que os professores hoje possuem para serem sensíveis ao "desenvolvimento sócio-emocional" e do empenho das escolas em integrar nas salas de aula os alunos com problemas cognitivos ou de desenvolvimento, é difícil manter na aula um aluno indisciplinado.

Professores e diretores ainda dependem esmagadoramente de sistemas desatualizados de recompensa / punição, usando tudo, desde cartões vermelhos-amarelos-verdes, gráficos de comportamento e prémios para a ausência de suspensões / expulsões.

A forma como lidamos com as crianças mais difíceis permanece enraizada na filosofia de BF Skinner (meados do séc. XX), onde o comportamento humano é determinado por consequências e onde o mau comportamento deve ser punido. (Tal como Pavlov e os cães).

Durante o ano letivo 2011/12, o Departamento de Educação dos Estados Unidos contabilizou 130.000 expulsões e cerca de 7 milhões de suspensões entre 49 milhões de estudantes com idades inferiores a 12 anos. As estimativas mais recentes sugerem também que existem 250 mil casos de castigos corporais por ano nas escolas dos Estados Unidos.

Mas consequências têm consequências...

Estudos psicológicos contemporâneos sugerem que, longe de resolver os problemas de comportamento das crianças, estes métodos disciplinares normais, muitas vezes, agravam-nos. Estes métodos, embora tragam um ganho momentâneo a curto prazo na sala de aula, sacrificam objetivos a longo prazo.

O psicólogo Ed Deci da University of Rochester, descobriu que os professores que visam controlar o comportamento dos alunos, ao invés de ajudar a controlar esse mesmo comportamento, minam os próprios elementos que são essenciais para a motivação: autonomia, respeito e capacidade de se relacionar com os outros. Estes alunos revelam posteriormente maior dificuldade de autocontrolo, uma competência essencial para o sucesso a longo prazo.


Da Universidade de Stanford, a psicóloga do desenvolvimento social Carol Dweck, demonstrou que, mesmo as recompensas por bom comportamento, podem corroer a motivação e o desempenho das crianças, substituindo assim as recompensas intrínsecas à aprendizagem.

Pode aceder ao artigo completo através do link:

What If Everything You Knew About Disciplining Kids Was Wrong?


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