De acordo com a teoria da
circunscrição e compromisso de Gottfredson (2002), as crianças provenientes de
contextos menos favorecidos começam a eliminar as suas opções de carreira entre
os 9 e os 13 anos. Nessa altura, argumenta-se que abandonam a
"fantasia" e começam a tornar-se mais conscientes de potenciais
restrições sobre a sua escolha profissional. Algumas dessas barreiras
relacionam-se com:
- as perceções decorrentes das suas condições
socioeconómicas;
- fatores aliados à baixa auto- estima e ao medo de correr
riscos;
-perceções (muitas vezes não testadas)
sobre a sua falta de capacidades académicas.
Como resultado, as crianças perdem a
motivação pelo seu percurso escolar e autolimitam as suas experiências e opções
profissionais. Estas constatações sugerem que estratégias adequadas podem ter
um impacto positivo no combate a
estereótipos e limitações que as crianças criam para si mesmas.
A implementação de programas escolares
que se orientem para aprendizagens relacionadas com a ligação entre
educação-qualificações e oportunidades de trabalho têm o potencial de diminuir
as restrições decorrentes do capital cultural limitado, ampliando horizontes e
incentivando os alunos a pensar para além das ocupações familiares ou da
realidade que conhecem.
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